quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Pesquisa Secreta para o Maverick no Brasil

A Revista Quatro Rodas de setembro de 1971 apresenta uma matéria sobre o novo projeto da Ford para concorrer com o Chevrolet Opala. Através de uma pesquisa quase secreta dentro Clube Atlético Paulistano, a empresa disponibilizou 8 protótipos para que cerca de mil pessoas escolhidas a dedo fossem avaliar. Entre os requisitos para ser aceito, a pessoa deveria possui um Opala, TL, VW Sedan ou Corcel e não ter ligações com a imprensa ou meio industrial automotivo.

Quem participava era interrogado sobre as possibilidades de compra para um futuro automóvel e o tamanho de sua família, após, eram conduzidas em grupos pequenos para o ginásio do clube. Lá estavam exemplares de 2 e 4 portas dos seguintes automóveis: Corcel, Maverick, Opala e MH (projeto baseado no Taunus alemão). Interessante notar aqui é que a Ford utilizou um Opala 2 portas meses antes do seu lançamento, que seria em setembro do mesmo ano. Tal fato se explica porque as duas fabricantes possuíam um acordo de colaboração para pesquisas de mercado.


Layout do posicionamento dos veículos dentro do ginásio. Retirado da revista Quatro Rodas de setembro de 1971.

As pessoas podiam mexer em todos os itens dos carros (o Opala 2 portas tinha a dianteira e a traseira cobertas com capas por ainda não ter sido lançado). Os participantes respondiam a um questionário dando notas para itens que cada veículo possuía. Ao final, o Ford Maverick ganhou a votação no quesito de carro que os entrevistados comprariam. A pesquisa serviria para o lançamento do concorrente do Opala para 1973.


Imagem do pátio da montadora da Ford com os protótipos americanos do Maverick sendo testados. Retirado da revista Quatro Rodas de abril de 1972.

Referência:

CAMANZI, Emílio; VASSÃO, Nehemias. Uma pesquisa escolhe o novo Ford para concorrer com o Opala: Maverick. Quatro Rodas, Ed. 134, set. 1971, p. 56-59. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br/acervodigital/

domingo, 24 de abril de 2011

Roberto Carlos e o Primeiro Charger R/T

*Post atrasado para comemorar o aniversário de 70 anos do Rei.


Roberto Carlos sempre amou automóveis. Em seu antológico filme, A 300 km por Hora, ele trouxe o recém lançado Dodge Charger R/T para tornar-se o "protagonista" da trama. Sengundo de Simone e Pagoto (2010), o astro não usou dublês nas filmagens e alcançou velocidades de cerca de 180 km/h. Ao final das gravações, o cantor e o diretor receberam dois exemplares do veículo da concessionária Ibirapuera Veículos (que servia como cenário para o longa).



O Charger era o lançamento da Chrysler para a esportividade do início dos anos 70. O modelo brasileiro tinha a óbvia inspiração do americano, mas não passava de um Dodge Dart modificado (com a adição de escapamento com saída dupla e mudança na relação de octagem para aumentar a potência).

Início do filme A 300 km por Hora:


Referência:

SIMONE, Rogério de; PAGOTTO, Fábio C. Dodge: esportividade e potência. São Paulo:Alaúde, 2010.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Detalhes de Época: Vinyl e Emblema

Tetos com tecido de vinyl era um charme especial para os antigos clássicos. Aqui temos um exemplo da "coluna c" de um Galaxie LTD 1975 com o emblema da linha e o detalhe do relevo.


Fotografia tirada por Carlos Ribeiro do blog Vivendo em Porto Alegre

terça-feira, 5 de abril de 2011

Chevrolet Impala 307

Os antigos muscle cars americanos causam tumulto entre os apreciadores de carros antigos. Tudo isto por causa da antiga composição de serem grandes, pesados, desajeitados, e portadores de barulhentos motores V8. No referido estilo encontramos diversas lendas de vários fabricantes, eu tive o prazer de conhecer de perto no último Encontro Hot Rod POA o Chevrolet Impala.

Reza a lenda que o Opala deriva seu nome do antológico muscle car Impala, mas saindo das especulações, o carro é assustadoramente agressivo (só a grade dianteira que perde para os Chargers). O que chama a atenção é a largura que ele tem combinada com uma caída da "coluna c" um pouco mais alongada, finalizando com o conjunto de piscas traseiros. O modelo fotografado possui o motor small-block 307 de 5L com 200 HP, um vulcão que impulssiona toda a carroceria. Só por curiosidade, entre o maquinário da linha no final dos anos 60 e início de 70 existia o big-block 454 de 7L com 390 HP.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Carros Ordinários: Gordini Teimoso

*Carros ordinários não serve para criticar as indústrias na meta de produzirem veículos populares, mas sim os riscos que elas acabavam provocando ao consumidor.

Versão simplificada do antigo carro da Renault que pintou por aqui para ser um opção econômica, inaugurando com outros a era dos populares. O Teimoso pode ser considerado um dos carros mais ordinários produzidos em terras brasileiras, veja tudo que ele não tinha ou era opcional:

-Tapetes.
-Luzes de freio, ré e piscas. (Só tinha uma luz auxiliar para iluminar a placa)
-Forramento em praticamente toda a parte interna do carro. (Lata pura interior, até no teto)
-Luzes internas.
-Cinto de segurança.
-Limpador duplo.
-Bancos de verdade. (Os que vinham eram praticamente cadeiras de praia)
-Marcador de temperatura.
-Marcador de combustível.
-Dezenas de cromados e peças de vedação acústica.

Gordini Teimoso com as peças opcionais ao lado de fora. Imagem retirada da Quatro Rodas de Agosto de 1965, p. 49.

Na edição de agosto de 1965 a Revista Quatro Rodas fez um teste e viu que se o proprietário de um Teimoso fosse comprar tudo o que faltava no carro, estaria gastando mais do que o valor de um Gordini normal.

Referências:
Populares ao pé da letra. Disponível em: http://www2.uol.com.br/bestcars/artigos/populares-1.htm

domingo, 9 de janeiro de 2011

Detalhes de Época: Luz de Ré como Acessório Opcional

Automóveis sempre tiveram versões básicas e as ditas completas desde os primórdios do mercado. Além da diferença do preço muitos modelos apresentavam como "item de luxo" a luz de ré, mania herdada dos primórdios do automóvel onde não havia quase trânsito, fazendo com que a sinlização fosse bem precária. Para nossos tempos soa absurdo comprar um carro sem uma sinaleira tão importante já que além de avisar tem a função de iluminar a parte traseira para a manobra. Tal prática durou muitos anos na indústria brasileira, como por exemplo os primeiros Gol BX que vinham sem a lâmpada. Tocar neste assunto também reflete no fato das montadoras por aqui sempre primarem pela economia em primeiro lugar e deixando outras preocupações de lado. Isto ainda pode render diversos tópicos como o caso da adoção do cinto de segurança ser por causa de uma imposição de lei.

Traseira de um Opala Especial (versão básica do carro) sem a luz de ré.